Histórica homenagem a Mercedes Sosa

>> sexta-feira, 13 de novembro de 2009




Mercedes Sosa (1935-2009) cantou em Porto Alegre uma porção de vezes, a mais recente delas há pouco mais de duas horas, no Auditório Barbosa Lessa, Centro Cultural Érico Veríssimo. Não, o blogueiro não está sonhando. E quem foi ao “Sarau La Negra – Um tributo a Mercedes Sosa”, sabe que a maior voz da América Latina estava lá, senão fisicamente, por certo revivida na voz dos talentos que lhe homenagearam.

Shana Müller, Luiz Carlos Borges, Maria Luiza Benitez, Vitor Ramil, Daniel Torres e Sérgio Rojas – nesta ordem – deram as tintas daquela que certamente foi a maior reverência a La Negra nas terras brasileiras. Cada um dos convidados tinha sua história ao lado de Sosa. Shana dividiu palcos com ela em Cosquín e aqui mesmo, no Brasil. Borges foi amigo pessoal de Mercedes e estava ao lado da cantora em seus últimos momentos de vida, cerca de 40 dias atrás. Benitez e Torres também tiveram a oportunidade de conviver com a tucumana que mudou a música da Argentina, enquanto Ramil teve algumas de suas composições gravadas pela artista.

Por tudo isso, o show transcorreu de forma mais do que emocionante. Alternando momentos de frisson, como em Dejame que me vaya (chacarera cantada por Shana Müller em dueto com Luiz Carlos Borges), e instantes de emoção pura (Como la cigarra, por Daniel Torres), público e artistas demonstraram uma verdadeira “entrega” ao contexto. Quando Sérgio Rojas cantou os primeiros versos de Los Hermanos, as palmas abafaram sua voz, num gesto que mostra a força de Mercedes, da música latino-americana e de tudo o que ela representa.

Luiz Carlos Borges, este patrimônio cultural gaúcho, ficou com a duríssima missão de coordenar o espetáculo. Cantou, entre outras, Alfonsina y el mar e Missioneira, e não conseguiu esconder a voz embargada pela perda da amiga. Acompanhado de instrumentistas de primeira linha, ele ainda dividiu duetos fantásticos com todos os convidados, além de contar pequenas anedotas de sua convivência com Mercedes.

Mas o momento mais impactante da homenagem a Sosa ficou reservado para o final. Em Luna tucumana, cantada por todos os artistas, Vitor Ramil leu um primoroso texto-homenagem a La Negra e, a partir disso, poucos conseguiram conter as lágrimas. No encerramento, com Graças a la vida, o público aplaudiu de pé.

“Sarau La Negra – Uma homenagem a Mercedes Sosa” foi o tipo de show que só ocorre em circunstâncias únicas. E que mostra que só os bons sobrevivem. La Negra vive. Ela estava lá, todos a viram.

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