"Gardel Inédito"
>> sábado, 20 de março de 2010
EMI/Divulgação
por Chico Cougo [@chicocougo]
Revirar os porões das velhas gravadoras é o sonho de qualquer discófilo. Imaginem só um lugar repleto de acetatos com setenta ou oitenta anos de vida, verdadeiras relíquias musicais gravadas por artistas que mudaram a cena musical de seu tempo! É impossível pensar na inexistência de gravações que nunca chegaram ao público, ou que tiveram letra e música modificadas antes da consagração.
Revirar os porões das velhas gravadoras é o sonho de qualquer discófilo. Imaginem só um lugar repleto de acetatos com setenta ou oitenta anos de vida, verdadeiras relíquias musicais gravadas por artistas que mudaram a cena musical de seu tempo! É impossível pensar na inexistência de gravações que nunca chegaram ao público, ou que tiveram letra e música modificadas antes da consagração.
Com mais ou menos este espírito, a EMI lançou, em 1999, o álbum “Gardel Inédito”, uma coletânea com 21 canções de Carlos Gardel que, até então, permaneciam inéditas. Aliás, nem tão inéditas assim. Na realidade, os fonogramas lançados jamais haviam chegado ao público, porque o próprio cantor os teria trocada por outras versões de seu agrado. Daí o fato de o disco não contar com nenhum tema realmente inédito na voz do “Morocho”. Trata-se apenas de gravações desconhecidas.
O processo de produção da obra é, no mínimo, fantástico. Em 1998, pesquisadores e produtores mergulharam nos arquivos da EMI (na época de Gardel a gravadora se chamava Odeon) e resgataram os velhos discos de acetato, as provas que eram produzidas antes da prensagem final. Os originais foram limpos, catalogados e enviados ao consagrado estúdio Abbey Road (o mesmo dos Beatles), onde engenheiros de som da Universidade de Oxford remasterizaram o material, deixando-o com qualidade digital. “O resultado, comparado ao som que tinham os originais, é extraordinário”, diz a contracapa de “Gardel Inédito”.
No repertório, grandes e nem tão grandes clássicos do “Zorzal Criollo”, alguns com roupagem bastante diferente das comumente conhecidas. Em Contramarca (Brancatti / Rossi), um arranjo de cordas mostra o empenho de Gardel em conseguir a melhor combinação instrumental/voz. Já a versão de Caminito (Peñaloza / Filiberto) parece ter música ligeiramente menos elaborada, em relação à gravação mais famosa. Outro barato do disco é o grande número de gravações de temas “lado B”, aqueles menos populares, como Todavía hay otarios (Pizarro / Bebety) e Alicia (Cárdenas / Barbieri).
Infelizmente, “Gardel Inédito” não foi comercializado no Brasil (como se não tivéssemos gardelianos à altura por aqui...) e, mesmo na Argentina, o disco aparece fora de catálogo nas principais lojas. De qualquer forma, não é difícil encontrar o álbum nos bons sites de compartilhamento da Internet. Uma audição recomendadíssima para quem gosta de Gardel, de tango e do cheirinho de pó dos porões!
EMI/Divulgação
3 comentários:
O Gardel gravou a música El Choclo?
O Gardel gravou a música El Choclo?
Até onde sei, não. Mas deveria...
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