Solemania: La Sole (Sony Music, 1997)

>> sexta-feira, 2 de julho de 2010

por Chico Cougo
Fotos: Sony Music
Depois de ter vendido 800 mil cópias e abocanhado o prêmio Diamante com “Poncho al viento”, em 1997 Soledad Pastorutti e Sony Music voltaram a investir no mercado fonográfico com força. Surpresos pelo sucesso do singelo primeiro CD da cantora, os executivos da Sony nem precisaram de grandes esforços para converter “La Sole” – segundo álbum do “furacão” – num sucesso ainda mais tremendo que “Poncho…”.

Aliás, 1997 foi um ano pródigo para Soledad Pastorutti. Carinhosamente apelidada pelos argentinos de La Sole (daí o título de seu segundo disco), um ano após ter sido revelada em Cosquín, a santafesina chegou a cantar em 181 povoados e cidades da Argentina, percorrendo do interior à capital no período de poucos meses. Concomitante à primeira gira nacional da cantora, “La Sole” subia repentinamente na parada de sucessos, chegando mesmo a fazer concorrência com o ainda exitoso “Poncho al viento”. Durante alguns meses, ambos CD’s dividiram a ponta da parada de sucessos, um feito inédito no mercado fonográfico argentino.

“La Sole” teve praticamente a mesma equipe de produção que atuou no primeiro disco de Pastorutti. No comando, Fernando Isella (filho do consagrado Cesar Isella, o homem que “descobriu” Soledad), que além de dirigir o álbum, também atuou nos pianos e teclados. Para o instrumental do disco, foram mantidos os guitarristas Jorge Calcaterra e Alberto Arauco ('Laucha' Calcaterra está até hoje na trupe da artista). O bombo ficou por conta de Silvio López. Todos gravaram nos estúdios El cono del silencio, Íon e Panda (Buenos Aires).

O repertório e a musicalidade de “La Sole” lembram, em muito, o que foi consagrado em “Poncho al viento”. São canções conhecidas, algumas delas colhidas em outros países, como Peru e Chile. Foram gravadas na mesma base instrumental do trabalho anterior e, por isso, parecem ter sido registradas na mesma ocasião. Ao repertório, então: consta a valsa Que nadie sepa mi sufrir (Angel Amato e Enrique Dizeo, faixa 1); as chacareras Del norte cordobes (Ica Novo, 4), Las Moras (Yuyo Montes, 2) e Si de cantar si trata (Facundo Saravia, 9); as zambas Ando por la huella (Argentino Luna, 3), Chilenito del Pucón (Cesar Isella, 6) e Achalay Tafi del Valle (Horacio Guarany,12) e Mano a mano (Mario Teruel e La Moro, 10); a litoraleña Enero (Romero Maciel-Cesar Miguens, 5); o chamamé Kilometro 11 (Tránsito Cocomarola, 7); a canção La carta perdida (Juan Raúl Ratti, 8); e o rasguido doble Punta Cayasta (Orlando Veracruz e Julio Migno, 12).
Três das doze faixas contam com participação especial de Natália Pastorutti, repetindo o sucesso já alcançado em “Poncho al viento”. Além disso, “La Sole” traz alguns dados importantes. Primeiro, foi nele que se registrou aquele que talvez seja o maior clássico de Soledad – Que nadie sepa mi sufrir. Além dele, também podemos incluir como “clássico”, Punta Cayasta, canção que foi aumentando em popularidade gradativamente nos últimos 12 anos. Não se pode esquecer, ainda, da primorosa gravação do conhecidíssimo Kilometro 11. Enfim, um discão. Tanto, que chegou a ganhar nova edição no ano seguinte, com uma faixa a mais, Los sueños de todo el mundo (Cesar Isella), tema da Argentina no Campeonato Mundial de Futebol da França.

Não à toa, “La Sole” ganhou o Diamante após vender cerca de um milhão de cópias e superar seu antecessor. Do topo das paradas de sucesso, Soledad sairia para o maior palco argentino, o Teatro Gran Rex, na legendária calle Corrientes. Definitivamente, a menina que se consagrara em Cosquín, conhecia as glórias da principal cidade rioplatense. “A mi gente”, seu terceiro álbum mostrará a primeira grande transição de sua vida profissional. Mas isso é assunto para outro post.

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