Solemania: Libre (Sony Music, 2001)

>> sexta-feira, 23 de julho de 2010

por Chico Cougo

 Fotos: Sony Music

Em 2001, Soledad Pastorutti já era uma cantora de sólida carreira em quase toda a América hispânica. Seus cinco discos haviam alcançado cifras de vendagem impensáveis, “La edad del sol” (primeiro e único filme que rodou) levara cerca de 1 milhão de espectadores aos cinemas e, a cada novo espetáculo, os recordes de público aumentavam.

Tamanho sucesso acabaria se refletindo cada vez mais nos discos lançados a partir do século XXI. Para a Sony Music, Soledad sempre foi um produto de lucro fácil e imediato. Para a cantora, no entanto, havia outros fatores a considerar. Crescia nela a vontade de mostrar ao mundo que seu talento não se resumia apenas ao folclore pátrio.

Assim, depois do folcloríssimo “Soledad”, em 2001, Sole grava “Libre”, sua nova tentativa de adentrar no mundo pop. Diferente de “Yo si quiero a mi país”, o sexto álbum da santafesina ganhou uma atenção redobrada por parte da Sony; não fugiu por completo da música típica do noroeste hermano e foi produzido inteiramente na Argentina. Entre agosto e setembro de 2001, os estúdios El Pieentre (Buenos Aires) receberam a trupe de Pastorutti, desta vez dirigida por Alejandro Lerner e Fernando Isella – de volta, depois de um curto hiato.

“Libre” tem um enfoque pop na maioria das faixas, mas ainda carrega traços do folclore. Com Chacarera de un triste (Simon Hermanos), Canción del jangadero (Jorge Mendéz) e Padre del Carnaval (Horacio Guarany e Cesar Isella), por exemplo, fica marcada a presença da música que consagrou Soledad. No entanto, neste disco, estas versões optam por uma estética mais intimista, com menos guitarras e mais arranjos à base de piano e percussão.

Na maior parte do álbum, prevalecem as baladas pop. Com Obsesión (Pedro Gimenez), o ouvinte nota uma Soledad bem diferente de quase tudo o que fora gravado antes. Já com os grandes sucessos do disco – El tren del cielo, Libre e Todos juntos – a musicalidade já testada (e aprovada!) em El bahiano (em “Yo si quiero a mi país”) volta com tudo, alavancando as vendagens e execuções no rádio.


“Libre” conta com a participação – onipresente, a propósito – de Natália, cada vez mais madura e pronta para alçar vôos solo. Também traz, na música-título, a participação de uma voz masculina, a de Alejandro Lerner, cantando em dueto. É um bom disco, indiscutivelmente, mas está longe de ser o meu predileto. Tem músicas boas, mas – por questões de gosto – sempre tendo a preferir a Soledad folclórica. Como minha opinião é apenas isso mesmo, a minha opinião, o povão tem todo o direito de discordar. Aliás, já discordaram: “Libre”, à época, vendeu tanto que angariou 5 discos de Platina e foi reeditado (com pompas de produção internacional) em 2002, chegando a ser vendido aqui no Brasil, inclusive.

Enfim, outro retumbante sucesso na carreira de Soledad. E uma pequenina pausa no seu intermitente diálogo com o meio folclórico. Sim, pequenina. No ano seguinte, a maior cantora da Argentina já estaria revoleando seu poncho em pleno Luna Park e ao lado de uma das mais legendárias figuras da música gaúcha argentina. Assunto para outro post!

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